Que balanço faz desta época que acaba de
terminar?
Penso que se tratou de um campeonato muito
competitivo (talvez o mais competitivo dos últimos anos), com incerteza até à
última jornada para se apurar o campeão nacional e incerteza até as últimas jornadas
para definir as duas últimas equipas a descer de divisão, bem como o
escalonamento geral da classificação. O FC Porto foi um justo vencedor dada a
regularidade e competência demonstrada e o Benfica foi um grande opositor tendo
somente falhado no confronto directo com o FC Porto.
Quanto à Taça de Portugal, penso que a
Oliveirense efectivamente foi merecedora da conquista, pois em minha opinião
foi a equipa que melhor se apresentou na final-four.
No campeonato colocou a Académica de Espinho
no oitavo lugar, lugar esse que dá direito à partição na Taça CERS na próxima
época, era um objectivo?
O principal e grande objectivo da Académica
de Espinho era conquistar a manutenção o mais rápido possível, no entanto estávamos
preparados para sofrer, caso fosse necessário conquistar esse direito na ultima
jornada, no último segundo. A partir do momento em que conquistamos a
permanência, claro que fomos à procura do melhor lugar possível na
classificação, daí termos entrado na última jornada ainda com possibilidades de
chegar ao 6º lugar, pese embora não dependêssemos somente de nós. Competia-nos
portanto ganhar o último jogo e esperar serenamente pelos restantes resultados
para ver qual o nosso posicionamento na tabela. Acabamos então no oitavo lugar
com os mesmos pontos do 7º classificado. O apuramento para uma prova europeia
premeia todo o trabalho e sofrimento pelo qual passamos durante a época e é um
prémio muito justo para todo o grupo de trabalho e para o clube.
Na Taça de Portugal, a sua equipa chegou aos
oitavos de final onde foi eliminada no Dragão Caixa num jogo em que esteve a
vencer por 1-4, que balanço faz desse jogo e da participação da sua equipa na
Taça?
Aquando do sorteio tive oportunidade de
referir que nos tinha saído em sorte uma das favas da competição, ainda por
cima a jogar fora. Encaramos o jogo com grande responsabilidade e ambição
relativamente ao resultado final. Dos 4 objectivos que tínhamos traçados para o
jogo, conseguimos alcançar 3 deles, mas claramente que acabamos por falhar o 4º
e mais importante que era passarmos a eliminatória. Mas acima de tudo dizer que
foi um jogo equilibrado, com grande emoção em que os meus jogadores tudo deram
para continuar em frente na Taça, no entanto a grande capacidade do adversário
aliado a equívocos da equipa de arbitragem em momentos importantes do jogo,
mais concretamente os lances que ditam o 2º e 5º golo do FC Porto não nos
permitiram seguir em frente.
O melhor marcador do campeonato foi um
jogador do Espinho, depois de uma passagem despercebida no SL Benfica o Vítor
Hugo foi para Espinho e fez uma época acima da media, que opinião tem sobre
isto tudo?
Dizer apenas que o facto de o Vítor ter sido
o melhor marcador do campeonato permeia não só o seu trabalho como também o de
toda a equipa. Trata-se de um prémio individual mas conquistado e sentido por
todo um grupo de trabalho.
Já é público que não vai ser o treinador da Académica
de Espinho na próxima época, quais os motivos para essa decisão?
Em primeiro lugar dizer que foi com grande
orgulho que voltei a ser convidado a renovar com o clube, mas a minha decisão
estava devidamente tomada (e depois de muito pensada) e entendi que o meu ciclo
no clube tinha terminado, não que não me sentisse bem, mas fundamentalmente
porque ao fim de 5 anos não podia permitir que eventualmente pudesse entrar num
processo de acomodação, que seria obviamente muito mau não só para mim como
para o clube e toda a sua estrutura (onde obviamente os jogadores estão
incluídos). A Académica é um clube exemplar no que ao cumprimento das suas
obrigações diz respeito, mas apresenta limitações orçamentais que não permitem
pensar em projectos desportivos de maior ambição.
Fecha assim um ciclo de 5 anos ligado ao
clube de Espinho, que balanço faz destes anos?
Acho que foram cinco anos muito positivos (3
deles passados na 1ª divisão e 2 deles na 2ª divisão com subidas conquistadas).
Assumo contudo que houve um erro inicial que foi ter subido de divisão logo no
primeiro ano. O que estava programado era subir somente no segundo ano mas subimos
no primeiro e tivemos que encurtar o ciclo e redefinir os respectivos
objectivos. Foi uma situação fantástica mas pagamos bem cara a factura no ano
seguinte com a descida de divisão (nem tudo foi mau pois apenas caímos na
última jornada na casa de um opositor directo com uma arbitragem muito infeliz,
a qual nem me quero lembrar), pois não tivemos tempo nem capacidade de dotar e
adaptar a equipa à nova realidade competitiva. Acima de tudo penso que se criou
a estabilidade necessária no clube para que possa tranquilamente todos os anos
garantir o seu lugar no escalão maior do Hóquei Nacional.
Por outro lado o clube hoje tem muito mais
facilidade em recrutar jogadores do que há 5 anos atrás, tendo-se tornado num
clube apetecível para representar.
Neste trajecto o clube conseguiu ainda
colocar dois jogadores na selecção de seniores (André Girão e Vítor Hugo), e
dois na selecção de sub-23 (Miguel Sousa e João Ferro).
Agora falando no futuro de Paulo Freitas, que
futuro pretende para si no Hóquei em Patins?
Continuar ligado à modalidade como treinador,
mantendo a mesma paixão que tenho hoje pelo Hóquei e fundamentalmente sendo
feliz. Se conseguir aliar o atrás descrito à possibilidade de trabalhar num
projecto desportivo ambicioso e ganhador, tanto melhor.
Já foi contactado para orientar alguma equipa
na próxima época?
Felizmente tive o privilégio de ser abordado
para trabalhar na próxima época por 3 clubes. Decidi contudo não aceitar pois
entendi (pese embora tenha todo o respeito por essas Instituições) que não se
tratavam dos projectos desportivos para os quais me sinto motivado e focado
nesta altura.
O que nos pode dizer sobre a especulação que
o levam para Oliveira de Azeméis na próxima época?
Sinceramente nada. Efectivamente toda a gente
me questiona sobre essa possibilidade, mas o que é um facto é que não houve
qualquer abordagem por parte dos seus responsáveis.
Para terminar, quer deixar alguma mensagem
para os adeptos do Espinho ou mesmo para os adeptos do Hóquei em Patins?
Para os adeptos da Académica, peço por um
lado que continuem a apoiar cada vez mais o clube para que o processo de
evolução possa continuar e por outro gostaria de efectuar um agradecimento
especial por todo o apoio dado nestes 5 anos fantásticos dentro do clube.
Para o adepto do Hóquei em geral que a sua
presença e o seu contributo seja cada vez mais efectivo para que possamos
recolocar a nossa modalidade no lugar de destaque que merece no Desporto
Português.
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