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domingo, 3 de maio de 2015

RUI “SURPRESA” SOUSA DIZ “ADEUS” AOS RINQUES

Depois de vencer em casa o CCD Ancorense por 7-6 na ultima jornada do Campeonato Nacional da 3ª Divisão – Zona Norte.

Rui “Surpresa” Sousa anuncia que irá deixar a CP Sobreira e também abandonará a carreira de treinador na modalidade.

Rui “Surpresa” Sousa assume que as coisas não correram bem. Desejava um coletivo mais forte.

A sinceridade é meio caminho andado para a estabilidade e Rui Sousa, treinador da Casa do Povo de Sobreira que iniciou funções em janeiro de 2014, abordou com toda a frontalidade e honestidade, como é seu apanágio, o momento delicado que a equipa paredense atravessa.

Os resultados negativos consentidos nestes meses, período onde sobressai apenas trinta pontos conquistados e o 8º lugar da tabela classificativa, aumentam as preocupações de uma equipa que viveu um momento novo, fruto do lugar que conseguiu na tabela classificativa no Campeonato Nacional da 3ª Divisão Zona Norte.

Debruçando-se sobre o passado recente, Rui Sousa considera que chegou a hora de inverter o atual cenário:

“Como não conseguimos ganhar os jogos suficientes para atingir os objetivos propostos, tinha de ser feito alguma coisa. A direção e eu reunimos para percebermos o que se passou, onde decidimos que o melhor seria o meu afastamento da equipa no final de época”, salienta o treinador.

“Fizemos boas exibições, críamos oportunidades mas não conseguimos marcar mais golos que os adversários para poder ganhar. Isto é frustrante”, assume.

Com a certeza de que as coisas não estiveram bem, Rui Sousa defende ser urgente alterar alguns comportamentos:

“Em certos momentos do jogo alguns jogadores perdiam a cabeça e pensavam que podiam fazer as coisas sozinhos porque têm mais talento do que A, B ou C e que podiam resolver os problemas da equipa. Mas eu entendia que não podia ser assim, pois se fosse assim seria uma equipa de tênis e não de hóquei em patins.”

É preciso mudar mentalidades.

Olhando para o seio da equipa, Rui Sousa deteta algumas lacunas, as quais deseja que sejam alteradas no futuro próximo:

“É preciso mudar, principalmente a atitude de alguns jogadores, pois temos de entender que o hóquei não se joga individualmente. São 5 jogadores em campo mais 5 no banco, mais os que ficam de fora da convocatória e temos de perder e ganhar com união”, atira Rui Sousa, sugerindo uma mudança de mentalidades:

“Tem de haver mais união no plantel, humildade e também mais amizade. Têm de pensar em termos mais coletivos, dado que esta época faltou um pouco disto tudo. Sejam amigos ou não fora de campo, no rinque têm que o ser.”

A despedida.

“A vida ensinou-me a dizer adeus às pessoas de que gosto, sem tirá-las do meu coração, sorrir às pessoas que não gostam de mim, para mostrar que sou diferente do que elas pensam, calar-me para ouvir, aprender com meus erros, afinal, eu posso ser sempre melhor! Fazer de conta que tudo está bem quando isso não é verdade, para que eu possa acreditar que tudo vai mudar, e abrir as minhas janelas para o sucesso. E não temer o futuro.”

“A lutar contra as injustiças. Sorrir quando o que mais desejo é gritar todas as minhas “dores” para o mundo. Vou imprimir novos rumos ao barco agitado que foram os meus dias no hóquei em patins, faço as minhas velas ao mar digo adeus sem chorar e estou de partida.”

“Todos os dias vividos no hóquei em patins são portos que eu deixo pra trás. Quero viver diferente porque a nossa sorte, somos nós que a fazemos.”

“Quando esta vida nos cansa e se perde a esperança o melhor é partir. Ir procurar outros mares onde outros olhares nos façam sorrir.”

“Levo no meu coração esta lição que aprendi, onde me ensinaram em verdade que a felicidade será fora do hóquei em patins.”

“Nas coisas pequenas, mais que nas grandes, muitas vezes reconhecemos o valor dos homens. Talvez eu represente apenas mais um que parte, mas na partida levarei saudades, deixando o meu agradecimento a todos pela ajuda e dedicação.”

“Em especial à Casa do Povo de Sobreira agradeço a todos os bons momentos. Parto mas fica um pouco de mim aqui com vocês todos: Presidente, dirigentes, seccionistas, atletas, sócios e simples apoiantes. Continuem a vencer, agora e sempre!”

Abandono o hóquei em patins ao fim de 34 anos, mas estarei por ai perto a ver, a observar e a matar o “bichinho” que esta modalidade proporciona, mas que não se traduz em felicidade.”

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