Nuno Carrão é o novo treinador do Infante Sagres, com um grande historial no Hóquei em Patins, como pode ver aqui, depois da passagem pelo HC Paço Rei vai orientar a equipa do Infante Sagres.
Como nasceu o Nuno Carrão para o Hóquei em
Patins?
O hóquei em patins surgiu na minha vida como
complemento da minha formação. Não havia tradição familiar na modalidade.
Quando entrei para a escola era tradição ser jogador de hoquei em patins
(Salesianos do Estoril), os meus pais proporcionaram-me a entrada para o mundo
do hóquei enquanto complemento da minha formação e educação.
Já passou por vários clubes e por projectos
diferentes, qual o clube que o marcou mais e de que forma o marcou?
Enquanto jogador, além de 14 anos nos Salesianos,
apenas conheci a realidade de outros 2 clubes, uma época em cada um.
Este ano faz 10 anos que me convidaram para
iniciar a carreira de Treinador e neste caso a experiência já teve um maior
número de realidades (C.D. Paço d’Arcos, Drámatico de Cascais, Parede Foot-Ball
Clube, Clube Hóquei dos Carvalhos, Hóquei Clube de Paço do Rei e na presente
época o Clube Infante de Sagres).
Todas as épocas tive aprendizagens muito
importantes e distintas para a minha bagagem. Em todos as equipas a
aprendizagem como treinador foi imensa pelos mais variados motivos. Coincidência
de nomes, e sem esquecer cada época nos vários clubes, os anos passados em Paço
d’Arcos e em Paço do Rei foram, até à data os mais marcantes. No Paço d’Arcos
destaco a possibilidade de ter treinado atletas de excelência e ter contribuido
para a formação de outros tantos, a organização interna a nível de coordenação
técnica, a grande base da construção das minhas ideias e os meus princípios
sobre hóquei foi ali desenvolvida. Por outro lado, temos o Paço Rei, onde tive
a possibilidade de ser o responsável pela Coordenação Técnica de um clube, a sua
organização em geral e toda a intervenção que me foi permitida por parte das
direções possibilitaram-me contribuir em outras áreas que, normalmente, um
treinador não tem alcance.
O seu último clube foi o HC Paço Rei, que
balanço faz da sua passagem por este clube?
No HC Paço Rei estive 3 épocas, desempenhando
funções de Coordenador Técnico, Treinador de Escolares, Infantis, Juvenis,
Juniores, Coordenador do projeto do Centro de Formação de Hóquei em Patins
HCPR/Gaianima. No desempenho destas funções, em geral, foi uma enorme
aprendizagem e vivi experiências muito ricas em várias vertentes. Tenho para
mim que passei cedo demais naquele clube (em termos de carreira), no entanto,
julgo ter contribuído para o preparar e alcançar os objectivos que nos
propusemos: aumentar os níveis competitivos das
equipas, organização da estrutura técnica, dinamização
e divulgação do clube.
Agora ingressou no Infante Sagres, clube esse
que acaba de chegar à Primeira Divisão, o Nuno Carrão tem muitos anos de Hóquei
em Patins mas nunca treinou um clube no patamar máximo do hóquei patinado
português, é um sonho realizado?
Sim é verdade que nunca tive à minha
responsabilidade uma equipa sénior no patamar mais alto da competição do hóquei
em patins em Portugal, no entanto sempre estive atento e tive a felicidade de
ter acompanhado de muito perto o trabalho de vários plantéis sénior de uma
equipa na 1ª divisão, durante alguns anos. Este é sem dúvida um patamar maior
na carreira de um treinador de hóquei em patins, confesso que não era algo que
almejava a breve prazo… mas há oportunidades que não aparecem duas vezes e é
preciso ter a ousadia para as agarrar!
Quais os motivos da sua ida para o Infante
Sagres?
O convite inicial feito pelos dirigentes do
Clube Infante de Sagres estavam relacionados com a minha contribuição para os
escalões de formação.
Que objectivos leva para o seu novo clube?
Os que trouxe inicialmente… tiveram que ser
reestruturados! Se por um lado, nos Infantis, pretendo dar continuidade ao (muito
bom) trabalho realizado nas últimas épocas, contribuindo para a evolução dos
atletas/equipa e aumento da competitividade; nos séniores, a responsabilidade e
a ambição são muito maiores. É preciso consolidar o lugar da equipa sénior do
Infante Sagres no patamar mais elevado do hóquei em patins em Portugal, assim a
manutenção no escalão principal e uma “boa e feliz caminhada” na taça de
Portugal são os principais objectivos. Ao nível do clube, estou disponível para
ajudar no que for necessário na sua organização e estruturação interna.
O Nuno tem trabalhado com equipas de escalões
mais jovens, vai inserir novos métodos de trabalho visto que é uma equipa
sénior?
A minha metodologia de treino e trabalho em
equipas de hóquei em patins assenta em princípios de jogo que são transversais
a qualquer escalão. No entanto, as características dos atletas condicionam a
minha intervenção, ser o responsável de uma equipa sénior ou de uma equipa
infantil é obrigatoriamente diferente. Ter a oportunidade de ser o responsável
de uma equipa sénior que vai disputar o campeonato nacional da 1ª divisão irá
com certeza permitir-me aprofundar e desenvolver determinados aspectos e áreas
de intervenção no treino.
Gostou do plantel que encontrou quando chegou
ao Infante Sagres?
Temos 3 semanas de trabalho em conjunto onde
tenho realizado uma caracterização dos atletas a nível individual e enquanto coletivo.
Temos muito trabalho pela frente até ao dia 22 de Outubro e muito mais
trabalho, dedicação e empenho a partir desse dia. Neste momento são os melhores
atletas que tenho à disposição, pois ao aceitarem participar e fazer parte
desta equipa estão a mostrar uma enorme atitude de profissionalismo e entrega
pela modalidade. Só posso estar satisfeito considerando todas as características que envolvem este plantél.
Na sua opinião quais as equipas candidatas ao
título esta temporada?
Considerando as últimas épocas, considerando
as alterações e mudanças de treinadores e jogadores, para a presente época
considero, sem qualquer ordem de preferência o FC Porto, o SL Benfica, o
Candelária SC e a UD Oliveirense os candidatos mais fortes para a obtenção do
título.
E as mais fracas, as que podem descer de
divisão no final da época?
As mais fracas e as que podem descer de
divisão são características distintas e muito subjectivas, pois temos o exemplo
recente de um vice-campeão de uma época… Por isso, as equipas que considero que
vão lutar para não descerem de divisão no final da época são todas as que
subiram (estatisticamente é o que tem acontecido…), juntamente com a AA
Espinho, ACR Gulpilhares e Porto Santo SAD. Julgo que será entre estas 7
equipas que se vai lutar para não estar nos 4 lugares de descida.
A selecção portuguesa vai disputar o
Campeonato do Mundo em San Juan, na sua opinião que pode Portugal fazer nesta
prova?
O que pode e deve fazer é lutar em cada jogo
pela vitória final. Julgo que ficar nos 3 primeiros lugares é o mínimo
“exigido”, a ida à final é o que todos esperam e o título mundial é o que mais
queremos, mas as outras equipas também querem o mesmo e não vão facilitar nada
a ninguém. Por isso aproveito para desejar as maiores felicidades à nossa selecção.
Quais as selecções candidatas ao título
mundial?
Infelizmente, são as candidatas do costume,
Portugal, Espanha, Argentina e Itália. Qualquer uma destas seleções pode ser a
vencedora, mas ponho a Espanha e a Argentina como os dois principais
candidatos.
Para terminar, quer deixar alguma mensagem?
Agradecer esta atenção e desejar as maiores
felicidades para a continuação não só deste projecto mas de todas as pessoas
que têm contribuido para a divulgação e evolução do hóquei em patins. Aproveito
ainda para assinalar que esta época pode ser um momento de viragem na realidade
do hóquei em patins em Portugal. Temos todos que contribuir e continuar a
construir uma modalidade que tem enorme potencial… esperemos que tal como a
nossa selecção, o “Urso” adormecido acorde e siga um rumo com paços firmes em
direcção a um futuro promissor e de sucessos!
Termino agradecendo a Força e Apoio que desde
sempre muitos me têm dedicado… Obrigado.
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