A equipa da AA Coimbra conseguiu a subida à segunda divisão do nacional português, Miguel Vieira, mais conhecido por "Michel", foi quem orientou os estudantes nesta época que acaba de terminar.
Qual o balanço que
faz da época que acaba de terminar?
O balanço é bastante
positivo!
Em primeiro lugar
estamos a falar de uma equipa totalmente amadora, composta quase integralmente
por estudantes universitários e em que o Desporto, no caso o hóquei em patins,
não é mais que um “hobby” nas suas vidas.
Não quero com isto
dizer que não são atletas empenhados, pelo contrário, pois se não fosse a sua
determinação e força de vontade não teríamos alcançado os objectivos a que nos
propusemos no início da época.
Em segundo lugar porque
ombreámos com equipas em que essa vertente não é tão pura e, consequentemente,
com outro nível de exigência.
A equipa oscilou, em
alguns períodos, na classificação em resultado de algumas saídas de atletas,
uns porque concluíram as respectivas licenciaturas e entraram no mercado do
trabalho, outros porque viajaram para outras universidade europeias através do
programa “ERASMOS” e outros porque foram colhidos por lesões, mas, embora estas
contrariedades nunca deixámos perspectivar a subida à 2ª Divisão Nacional.
A subida era uma
questão de princípio para todos nós (directores, técnicos e atletas)
considerando a forma como ocorreu a descida na época anterior.
A forma como a AAC foi
espoliada no Campeonato da 2º Divisão - Zona Norte foi um factor de motivação
para todos durante esta época.
O facto de terminarmos
a época a 3 pontos do 1º lugar e a 5 pontos do terceiro é suficientemente
demonstrativo de quanto consideramos positivo o trabalho que por todos nós
desenvolvido.
Esta época a sua
equipa conseguiu a subida à 2ª Divisão Nacional, que significado tem este feito
para si?
Teve um significado
muito, muito especial… Não só pelo que antes referi mas também porque a
época passada teve um início bastante complicado para todos nós. Depois
de termos subido a equipa na época 2008/2009, começarmos o campeonato da 2ª
divisão norte 2009/2010 sem pavilhão, porque este foi reprovado na vistoria
realizada pela Associação de Patinagem de Coimbra. Por esse facto, não só não
foi possível realizar qualquer treino de patins na pré-época, como tivemos que
inverter as jornadas e consequentemente fazer cinco jogos seguidos no terreno
dos adversários.
Apesar de todos os
contratempos acabámos a 1 ponto da manutenção.
Foi especial porque foi
injusta a forma como ocorreu a descida na época transacta. Por isso, acho que
ficou bem patente que a nossa equipa tinha valor para se ter mantido na 2.ª
Divisão.
Embora a subida fosse
um objectivo da Direcção e da equipa técnica, sempre tentámos não transmitir
aos jogadores essa vontade expressa, embora eles a sentissem, como forma de
evitar a pressão, porque esse factor poderia tornar-se prejudicial.
No início da época
quais eram os objectivos?
Como já referi o
objectivo era a subida de Divisão. Essa foi sempre a mensagem que foi dirigida
à equipa técnica pelo director da equipa sénior. Temos que subir de Divisão!...
Quero acrescentar que
não foi um objectivo do início da época. Foi um objectivo que se iniciou no términus
da época anterior.
Mas nem sempre
conseguimos concretizar os objectivos a que nos propomos. Para tal foi preciso
muito empenho de todos e muito em especial dos jogadores.
Penso que se consegui
um óptimo grupo de trabalho, que já vinha das épocas anteriores, e que soube
receber todos aqueles que chegaram de novo à equipa.
Sem nunca esquecer o
nosso propósito, entendi, porque a AAC vive e terá que continuar a viver com os
atletas que forma nas sua escolas, lançar em determinados jogos alguns
jogadores mais jovens que militavam em escalões inferiores (júnior e juvenil).
Do ponto de vista
positivo, qual o momento que marcou a época da AA Coimbra?
Na minha opinião, a
vitória em Oliveira do Hospital, a subida de divisão era quase garantida, já
que para além de ser um campo complicado de se jogar o Oliveira Hospital era
uma equipa jovem com alguma qualidade e era sempre um dérbi regional.
O resultado acabou por
provar que o jogo foi disputado até ao fim, e o ganhar dos três pontos em
Oliveira do Hospital traria quase o passe para a 2ª Divisão.
E do negativo?
O negativo, as lesões
que tive ao nível dos guarda-redes, tendo utilizado Quatro guarda-redes esta
época. Mas que também deixa de positivo que académica tem bons guarda-redes na
formação, o que deixa as balizas da A.A.C. bem entregues e seguras por muitos
anos.
Falando na próxima
época, quais são os objectivos na próxima temporada?
Penso que os objectivos
de qualquer equipa que suba de divisão com orçamentos reduzidos como o da
Associação Académica de Coimbra serão lutar pela manutenção da equipa na 2ª
Divisão Nacional.
Numa recente
entrevista o presidente da AA Coimbra revelou que o clube atravessa uma fase
menos boa na área financeira, sente que isto pode afectar a próxima época?
Na minha perspectiva
penso que não, se as pessoas arranjarem soluções para contornar esses problemas
tudo se resolve, mas todos sabemos que a crise afecta os clubes, uns mais que
outros, mas concretamente não poderei responder já que não faz parte das minhas
funções na Académica.
Em termos de saídas
e entradas de jogadores, pode nos adiantar algumas novidades?
Essa pergunta, deverá
faze-la ao Presidente da secção já que na ultima entrevista por ele dado a
outros órgãos de informação a época estaria já a ser planeada, daí ele ser a
melhor pessoa para responder a essa questão.
Pretende que o seu
futuro passe pela AA Coimbra?
Não poderei responder a
essa questão já que ainda não fui questionado para tal pela direcção.
Publicamente se calhar não se sabe, mas internamente foi algo que comuniquei e
sempre o disse desde o início da época aos directores, atletas, seccionistas,
amigos, é que esta época seria a minha última época à frente dos seniores da
Académica.
Para terminar, quer
deixar alguma mensagem?
A mensagem que posso
deixar é de agradecimento a todos aos que me acompanharam na equipa sénior,
quer durante este ano, quer em anos anteriores.
Por fim um agradecimento
muito especial a duas pessoas que me acompanharam nestas três últimas épocas.
Refiro-me ao preparador físico (conhecido no seio da AAC pelo Quim Jó) e ao
director responsável pelos seniores masculinos (conhecido na AAC por Tavares
Pinto) que sempre me acompanharam nos bons e nos maus momentos e a quem muito lhes
devo.
Acho que conseguimos
formar uma equipa sólida e muito coesa e sem essa coesão não teria sido
possível alcançar os sucessos que tive na AAC.
Por último, e porque os
últimos são os primeiros, quero endereçar a todos os jogadores um abraço de
agradecimento pelo trabalho desenvolvido e apelar-lhes para que mantenham a
força, o empenho e o profissionalismo que patentearam durante estas três épocas
que trabalharam comigo.
Continuem a dignificar
o nome e a camisola da AAC!
Sem comentários:
Enviar um comentário