Continuamos as nossas entrevistas a treinadores que subiram as suas equipas de divisão, Luís Miguel Cunha foi o homem que colocou a equipa da ACR Santa Cita na segunda divisão nacional esta época e levou também a sua equipa aos quartos de final da Taça de Portugal.
Qual o balanço que faz da época que acaba de
terminar?
O balanço foi extremamente positivo. Foi
atingido um objectivo que o clube andava à procura já há alguns anos que foi a
subida à segunda divisão nacional, bem como chegarmos aos quartos-de-final da
taça de Portugal. Para além disso houve outras coisas muito importantes, tais como
a vinda de muitos sócios e adeptos da modalidade, que já não vinham ao hóquei há
algum tempo, e também a criação da claque “O 6º elemento”. Também houve uma
maior ligação e aproveitamento dos escalões de formação para os seniores.
Esta época a sua equipa conseguiu a subida à
2ª Divisão Nacional, que significado tem este feito para si?
Eu felizmente enquanto treinador já tenho
algumas subidas de divisão e uma delas é à primeira divisão, mas esta teve sem dúvida
um sabor especial pois devo tudo enquanto jogador ao ACR Santa Cita. Para além
disso penso que a segunda divisão é o lugar certo para este clube (por agora).
Não tenho dúvida que esta época vai ficar na memória de todas as pessoas, bem
como todo este grupo de trabalho, com o qual o tive o privilégio de trabalhar.
Quais os objectivos que tinham no início da
época?
O principal objectivo era sem dúvida a subida
à 2ª divisão, bem como relançar o clube ao nível nacional e cada vez mais,
ficarmos conhecidos como a “aldeia do hóquei em patins”. Como objectivos transversais tínhamos uma maior ligação da
formação com os seniores, bem como tentar uma maior ligação com a massa
associativa, tentando voltar a ter o ambiente de tempos antigos. Felizmente
foram todos atingidos.
Na Taça de Portugal, a sua equipa chegou aos
quartos-de-final onde foi eliminado pelo FC Porto, quer-nos falar da prestação
nesta prova? Quais eram os objectivos para a Taça de Portugal no início da
época?
A Taça de Portugal é sempre uma prova
importante para os clubes dos escalões inferiores, para estes poderem mostrar o
seu valor, bem como o trabalho que fazem em prol da modalidade muitas vezes
esquecidos, por quem de pleno direito. Para nós a taça inicialmente foi
importante para dar minutos de jogo a jogadores menos utilizados e para dar
confiança aos outros. Iniciámos a prova contra a Sanjoanense e terminamos com o
F. C. Porto. Foi acima de tudo um prémio para todos, em especial para os
jogadores pela excelente época que realizaram demonstrando grande união e
carácter, sorrindo muitas vezes às dificuldades que foram muitas, tais como
algumas lesões, a saída do Daniel Noronha no início da época, etc.
Do ponto de vista positivo, qual o momento
que marcou a época?
Foi sem dúvida o ambiente que se foi vivendo
dentro e fora do pavilhão com uma grande união e apoio entre todas as pessoas,
bem como nos jogos finais da subida à 2ª divisão e nos jogos do apuramento para
o campeão nacional, principalmente o jogo com o Sporting Clube de Portugal. O culminar
de tudo isto foi o jogo com o deca campeão nacional, fizemos um grande jogo até
ao meio da segunda parte, mas aí acabaram as forças (não esquecendo que fizemos
o jogo com o Famalicense 48 horas antes). Terminámos a primeira parte empatados
e na minha modesta opinião não está ao alcance de uma equipa qualquer. Quero
também aqui realçar o comportamento exemplar de toda a comitiva do F.C. Porto onde
destaco a entrada no início do jogo de todos os jogadores com os nossos jovens atletas
da iniciação.
E do negativo?
As muitas lesões ao longo da época e a saída
do Daniel Noronha por motivos profissionais, logo no início da época.
Falando na próxima época, quais são os
objectivos na próxima temporada?
Manter o Santa Cita na 2ª divisão e continuar
o bom trabalho de formação que vem sendo feito no clube, mantendo a ligação
vertical com os seniores, assim como continuar a simbiose com a massa associativa
que cada vez queremos maior.
Em termos de saídas e entradas de jogadores,
pode nos adiantar algumas novidades?
Temos só a saída do Rui Nunes, que decidiu
parar de jogar, e a permanência de todo o restante plantel. Quanto a entradas
essas vão continuar a seguir um critério rigoroso onde o perfil do atleta é
fundamental. Brevemente penso que já haverá novidades.
O seu futuro passa pela ACR Santa Cita?
Sim passa, não fazia sentido deixar este
projecto a meio. Tanto eu como o Paulo Lopes e os restantes treinadores de
formação, sabemos que temos um árduo trabalho pela frente para a próxima época,
mas estamos todos motivados para o fazer.
De qualquer forma como homem da modalidade
não posso deixar de equacionar sempre algum projecto aliciante, mas nunca para
a próxima época.
Queria aproveitar para agradecer ao Paulo
Lopes que foi o meu braço direito, a todos os meus jogadores que foram uns
verdadeiros heróis, e a todos os membros da direcção, seccionistas, ao
paramédico, a toda a massa associativa e um obrigado especial para a nossa
claque 6º elemento.
Gostaria de pedir que para a próxima época continuem
todos a apoiar este projecto, sabendo que vai ser uma época diferente e que
todos juntos consigamos fazer um ACR Santa Cita mais forte.
Agradeço, também a oportunidade que me deu
para falar do meu trabalho e desejar que continue o excelente trabalho que tem
vindo a fazer em prol da nossa modalidade, que tem sido tão mal tratada nestes
últimos tempos.
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