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segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Exclusivo com Ricardo Silva: "Sei que a titularidade não é um posto e trabalho a cada dia para a conquistar"

O internacional português Ricardo Silva depois de se ver dispensado do SL Benfica no final da época passada assinou pelos minhotos do OC Barcelos, onde agora é “dono” da baliza minhota.

Com a formação no FC Porto, teve ainda passagens nos escalões de formação do Académico e do Infante Sagres, já como sénior, Ricardo Silva alinhou também pelo Infante Sagres, pela Juventude de Viana, pelo SL Benfica e agora pelo OC Barcelos.

No seu palmar, o guarda-redes de 30 anos tem no SL Benfica o seus maiores conquistas com um Campeonato Nacional da 1ª Divisão, uma Taça de Portugal, duas Supertaças "António Livramento", uma Taça CERS, uma Taça Continental e uma Liga Europeia. Falando a nível de selecçoes, salta à vista três Torneios de Montreux, duas vezes vice-campeão europeu sénior e também três terceiros lugares em campeonatos do mundo.

Best Hóquei: No início desta temporada, assinou pelo Óquei de Barcelos. Quais os motivos que pesaram, na altura de optar por Barcelos?
Ricardo Silva. Sem dúvida continuar num grande do hóquei em patins. Um clube com história e com ambições!

BH: Como correu a integração no grupo de trabalho?
R.S. Correu bem, apesar de não iniciar a época com a equipa por estar ao serviço da selecção mas quando tinha folga ao fim-de-semana fazia questão de ir ver os treinos e os jogos de forma a conhecer um pouco mais dos jogadores, equipa técnica, direcção e do clube em si.

BH: Os adeptos barcelenses são rigorosos sobre a equipa quando os resultados falham. Lida bem com as críticas?
R.S. Penso que na alta competição o atleta tem de saber lidar com esses factores e tentar melhorar a cada treino a cada jogo. Desde já deixo um apelo aos adeptos, podem não apreciar o jogador A, B ou C mas não deixem de apoiar o OC Barcelos.
BH: “Puxando a fita atrás”, com que sentimento viveu a dispensa do Benfica, no final da época passada?
R.S. Com alguma tristeza como é óbvio, depois de ganhar o que ganhei ao serviço do clube penso que as coisas poderiam ter sido tratadas de outra forma e não uma semana antes de terminar a época e da maneira que foi.

BH: Saindo de um “grande” do hóquei português, de certeza que foi abordado por vários emblemas… Que propostas recusou para assinar pelo OC Barcelos?
R.S. Ao contrário do que se falou no mundo do hóquei, só tive em concreto a proposta do OC Barcelos e do Giovinazzio (Itália). Apesar de gostar de ter uma aventura fora de Portugal optei pelo OC Barcelos pelo seu projeto.

BH: Virando a conversa para a selecção: no Mundial de Angola, em 2013, o Ricardo Silva “perdeu” a titularidade da baliza, após vários anos. Não tendo sido a sua primeira vez nessa situação, como viveu cada jogo, no banco?
R.S. Confesso que se sofre mais quando não se está dentro de campo, mas como qualquer jogador, sei que a titularidade não é um posto e trabalho a cada dia para a conquistar e deixar quem de direito tem de escolher.

BH: Agora que está no Óquei de Barcelos, teme que uma futura chamada à selecção seja mais complicada?
R.S. Não vejo porque será, até porque penso estar a trabalhar bem e a cada dia melhorar e chegando a altura da convocatória se o seleccionador achar por bem me convocar estarei presente para ajudar a nossa selecção a conquistar títulos.

BH: Quais foram, para si, os melhores momentos da sua carreira até hoje?
R.S. Poderia enumerar vários... Desde a 1ª internacionalização sénior e sentir aquele arrepio de ouvir o nosso hino, o ganhar em Montreux pela selecção perante todos aqueles portugueses que lutam por uma vida melhor fora de Portugal, dar-lhes aquela alegria é qualquer coisa que só vivida. O campeonato nacional, a taça CERS e a liga europeia sem dúvida que foi um sonho de criança tornado realidade.
BH: Considera que aqueles últimos segundos da final do Europeu de Lordelo, em 2012, foram os piores que viveu até agora, na sua carreira?
R.S. Todos os jogos em que perco ou ganho vou embora a pensar nos golos que sofri e no que tenho de melhorar, mas sem dúvida que esses últimos segundos marcam por tudo, por ser uma final, por estarmos perto de um sonho, por estar perante um europeu em Portugal. Mas também fiquei e estou de consciência tranquila porque dei tudo por Portugal e que mantive o respeito e a serenidade em estar a representar um país.

BH: Em toda a sua carreira, que treinador o marcou mais?
R.S. Penso que seria injusto escolher um deles, penso que cada um teve um papel fundamental na minha carreira, pela forma como me ensinaram a melhorar tanto a nível individual como no colectivo e também como ser humano, a todos eles, um muito obrigado e eles sabem o quanto foram importantes para mim.

BH: Já conquistou vários títulos, nacionais e internacionais. O que lhe falta conquistar?
R.S. Sinto que trabalho todos os dias para voltar a conquistar tudo novamente mas sem dúvida um europeu e um mundial ao nível da selecção.
BH: Nem tudo está bem no hóquei português… Se tivesse possibilidade, o que mudaria?
R.S. Eu particularmente gostei do modelo competitivo do playoff pela emotividade que deu a todas as fases do mesmo.

BH: Como tem visto a evolução do guarda-redes português nos últimos anos?
R.S. Não tenho dúvidas que tem vindo a melhorar, os clubes já se começam a preocupar mais com os treinos específicos de guarda-redes, e sinto que os mais novos podem tirar bom proveito de tal, e falo por mim que é com paixão que incentivo e trabalho com os mais novos e ajudá-los a melhorar.

BH: Quer deixar uma mensagem final aos nossos visitantes?
R.S. Antes de tudo dar-te os parabéns pelo blog e pelo teu fascínio pelo hóquei em patins. Aos mais novos queria dizer para lutarem pelos vossos sonhos trabalhando sempre mais que no dia anterior, a todos os outros, não deixem de acreditar no hóquei português, compareçam nos pavilhões ajudando o hóquei patins a ser a melhor modalidade em Portugal!

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